segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Infância vermelha

Os olhinhos de coelho
A língua da cadela princesa
O vestido de chita com flocos de neve
A sandália no pé de correr
A língua vermelha de pirulito
A maça do amor que se compra
O caju no pé de gangorra
O laço de fita pra enfeitar
O suco de correr pra vida
em flores partidas,
e o debruçar fazendo
suco de vida correr na face
Na maré salobra
No pano de mamão
No vestido branco
Na escada cinza
Na gude azul
No banco de vara
Na sombra de manga
Na linha de trem
Na ponte de coco
Na estrada de areia
Nas mãos da amada vovó
que carregava sua negra menina

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Início

Vou riscar seu nome e
apagar do meu papel.
Tudo se desfaz
E recomeça agora.

Medo

Senti suas mãos gélidas em meu cabelo.
Um fio de frio adentrava-me,
Da garganta, a voz explodia e cantava o vento.
Estava escuro.
Tomastes conta do meu enfermiço ser,
Consumistes-me.
Devorou-me por inteiro.

Encontro...

Foi tranqüilo entrar no azul e abraçar
Brancas nuvens de sal.
A areia acariciou meus pés.
Ouvi o silêncio que os ventoas cantavam...
No horizonte o Sol se punha.

Outra Luz vinha me iluminar