sexta-feira, 24 de julho de 2009

Meu mal benéfico

Ainda no seu aniversario
Você disse que éramos amigos.
Você disse de verdade.
Eu acreditei.
Porque sempre disse
A você que acredito somente
Nas verdades,
E minha amizade por você
É de verdade.
Ainda ontem, te liguei,
Você atendeu ao telefone rouquido,
Parecia estar deitado e
Repousava a cabeça
Num travesseiro de algodão.
Conversamos pouco.
Desligou o telefone
Pedindo que lhe esperasse
Levantar da cama
Para melhor conversarmos,
Pois ligaria-me em seguida.
Fiquei a esperar que se levantasse e
Ligasse-me.
Demorou muito.
Uma demora grande
E quase eterna no esperar.
Percebi que você tinha dificuldades
Em levantar-se da cama...
Sentindo um fio de tristeza,
Pensei e
Concluí que você
Está engordando gradativamente,
E irá sim vestir-se de duplo G.
Percebi também que tem Mal de Alzheimer
E isso não é legal.
Não poderei está o tempo todo
Ao seu lado lembrando
Das varias responsabilidades
Que tens a cumprir.
Pois não estarei sempre ao seu lado.
Por que preciso de carinho,
Por que lhe proibir de esquecer de mim.

A saudade...

E dormir teu sono
e sonhar com o vento
que te leva um beijo meu

domingo, 12 de julho de 2009

O olhar basta

Em cada momento,
A cada tempo,

Ele escorre e já é outro.

Nunca o mesmo.


O vento, vem trazer-me a resposta
Que não foi dita.
O silêncio ainda preserva as estranhas
Palavras indescritíveis.

Ao espasmo do meu esmo
Decidi abrir-me.

Ao tocar;

E o imaginável ver,

O estranho, presente estava.

Sim, ali! Grande e forte

Seus olhos incógnitos em mim.
Sua boca. Um riso ignoto.

E todo o teu ser,

Eu senti.


Fitei-o um instante.

Instante que o vento não levou;

Que não escorreu.

Perdurou.


E ali suspenso...

Vasto,

Intenso e profundo...

O sentimento ficou.

E por muito tempo durou...


Estremecíamos.

Osculo.

De nós,

Nenhum asco.

Juliete Nascimento